Desisto
sento-me
penso no que hei de fazer
e não consigo estabelecer
no mais profundo tédio
não tenho paciência de me entreter
não tenho vontade de remédio
suspiro e
lembro do que sempre fiz
pego um caderno de folhas semi-vazias
e retomo os meus tomos
começo a escrever
porém faltam-me as idéias
tudo parece forçado
escrevo por que sinto que devo
não por que quero fazê-lo
desisto
não consegui concluir esse projeto
olho ao meu redor
procurando o próximo projeto frustrado
sei que não o concluirei
busco um dos muitos livros
que comecei a ler mas esqueci de terminar
e forço a leitura pesarosa por um página
deito o livro e fito a capa
fito o título e o autor tão importante
não comecei a ler por que eu gosto
comecei tal projeto por que senti que devia
volto a estante e pego mais um livro inacabado
este livro me assombra
hei de lê-lo todo um dia!
sinto que me é importante
mas não estou preparada para tal desafio
desisto de ler
ai esse tédio me consome tão tão
que me deita aflita
quero ar puro e fresco!
vou-me à janela tão urbana
com a vista tão urbana e respiro fundo
um cheiro de poluição preenche os pulmões
e o enjôo do ar passa ainda mais ao meu viver
chego a minha estante de discos
e sinto vontade de escutar
um a um considero ouvir
mas nenhum me agrada
não quero dançar
não quero cantar
não quero amar
não quero chorar
desisto
esta busca pela arte perfeita está me decepcionando
o que será a raiz da minha rigidez em ter prazer?
não estou em estado de espírito de pensar
estou em estado de lamentar(-me)
qual o melhor remédio?
a arte produzida ou a arte usurfruida?
creio que o que preciso é de arte genuína
de algo que vá direto à alma
que possa conversar com o ente entediado
aqui dentro
e assim eu possa terminar meus projetos
penso no que hei de fazer
e não consigo estabelecer
no mais profundo tédio
não tenho paciência de me entreter
não tenho vontade de remédio
suspiro e
lembro do que sempre fiz
pego um caderno de folhas semi-vazias
e retomo os meus tomos
começo a escrever
porém faltam-me as idéias
tudo parece forçado
escrevo por que sinto que devo
não por que quero fazê-lo
desisto
não consegui concluir esse projeto
olho ao meu redor
procurando o próximo projeto frustrado
sei que não o concluirei
busco um dos muitos livros
que comecei a ler mas esqueci de terminar
e forço a leitura pesarosa por um página
deito o livro e fito a capa
fito o título e o autor tão importante
não comecei a ler por que eu gosto
comecei tal projeto por que senti que devia
volto a estante e pego mais um livro inacabado
este livro me assombra
hei de lê-lo todo um dia!
sinto que me é importante
mas não estou preparada para tal desafio
desisto de ler
ai esse tédio me consome tão tão
que me deita aflita
quero ar puro e fresco!
vou-me à janela tão urbana
com a vista tão urbana e respiro fundo
um cheiro de poluição preenche os pulmões
e o enjôo do ar passa ainda mais ao meu viver
chego a minha estante de discos
e sinto vontade de escutar
um a um considero ouvir
mas nenhum me agrada
não quero dançar
não quero cantar
não quero amar
não quero chorar
desisto
esta busca pela arte perfeita está me decepcionando
o que será a raiz da minha rigidez em ter prazer?
não estou em estado de espírito de pensar
estou em estado de lamentar(-me)
qual o melhor remédio?
a arte produzida ou a arte usurfruida?
creio que o que preciso é de arte genuína
de algo que vá direto à alma
que possa conversar com o ente entediado
aqui dentro
e assim eu possa terminar meus projetos
