Thursday, June 22, 2006

Doçura, definitivamente suas sumidas não são bem vindas.

Hoje eu fui lá para fora
E vi o quanto Janeiro está distante
Me deu vontade de vomitar
De ficar sem camisas
Mas não consegui
O que estou fazendo aqui meu Deus?
(Bubukowski, 25 de Julho de 2005, Curitiba, quando da sua viagem, quando da sua viragem, quando da sua vadiagem, quando do seu pieguismo, quando do auge do seu pedantismo que se esconde atrás de um suposto ser impessoal, quando na verdade tudo não passa de uma mais ainda vilenta verdade, Bubukowski, 21 de Junho de 2006, quando do seu lapso de consciência)

Monday, June 05, 2006

Antígona

eu não soube o que dizer
quando a vi pela primeira vez
ela estava linda, orgulhosa
de uma grande insensatez

eu disse para ela que nessa época do ano
a noite cai muito rápida como uma armadilha
e de repente o frio se faz sentir
mas nada foi possível

No holocausto sensível das dezessete horas e trinta minutos
Eu a vi perdida no escuro andando pelas árvores
tremendo de frio
Tentei lhe dizer alguma coisa mas algo dentro de mim me dizia
Bem feito, bem feito, bem feito
Teu orgulho me causou uma grande compaixão
E essa foi a maneira que encontrei de dominar a situação e te amar

Mas como demorou para amanhecer o dia...
Saciado o nosso prazer esperamos pelo sol protegidos pelo frio
Não fumavas nem fazias nada
Foi quando o seu coração parou
E eu disse para mim mesmo que não deixaria a sua morte passar em vão
Escreveria um grande poema sem pretensão poética
Só para aliviar alguma tensão

Não sei se muito tempo se passou
só sei que de voce só guardo o nome, Jordana
aquele nome forte ainda me engana
então é isso. Voce nunca lerá isso
Pois morreu
Pois voce não existe
Eu existi uma vez e não gostei


Bubukowski, Rio de Janeiro, Junho de 1967