Saturday, August 12, 2006

Uma boa leva de poesias

olá caros leitores, sei que são poucos, mas como fiquei um bom tempo sem atualizar venho com uma leva de pequenos e médios poemas:

..........................................................

As tardes presas na janela
não sabem meus sonhos
as formigas confusas no asfalto
não sabem o que é um carro
e nem seu peso
a morte eminente como um raio entrecortando as nuvens
já marcou seu alvo
só falta descarregar

..........................................................


qual é o nome daquela coisinha
que começa na bacia e sobe as entranhas
que chega na aorta bombeando contra o fluxo
que bate como uma agulha nesse músculo palpitante?
chegando as pescoço dá ânsia de vômito
e certas tonturas labirintíticas
antes de chegar ao cérebro a causar desassossego
e finalmente um sentimento de impotência e incerteza?
Que frio na barriga me causa!


..........................................................


pedra no chão
meu tênis sujo
um mato

passa um garoto feio
passa uma garota gorda
passa uma velha tosca

prédio horroroso
cimento maciço
um manco

uma folha cancerosa
uma lata de coca quente
um militante de merda

faxineiro
doutor em lingüística
aparente lutador de sumô

vento, frio, nada
vento, chuva, nada
livro, pó, nada
livro, mp3, nada
blazer, buttons, nada

vote 6, vote 2, vote 3
barbudos, carnudos, um arroto

coca-cola derramada no chão
pepsi-cola derramada no chão
guaraná-cola boiando no chão

Quem é Ademar Carvalho?

..........................................................


A saga da vagina lutadora

Quem quererá? Quem quererá?
Quem orá desafiar? Quem comerá?
Quem a converncerá?
Força feroz da vulva fulgás
foge com o fogo dos fustigados
bendita brochada benigna
caiu, caiu, caiu
pontualíssima polha
a vagina vence invicta

..........................................................

no interior do meu lápis tem grafite
no interior da minha caneta tem tinta
no interior da minha cabeça tem titica
no interior da minha bolsa tem batom
no interior do meu coração tem o mundo

..........................................................

quero saciar-me aqui dentro do suspiro
aliviar-me da certeza certamente mal-fadada
no universo da clareza comandar-me sem sossego
sem esperar-te claramente e saciar-me no suspiro aliviado

aliviar-me do seu jogo certamente mal-traçado
sem estratégia sem malícia claramente é um vício de linguagem
que com tempo se tornou cristalizado no seu jeito de covarde
desprendi-me dessa regra aplicada pela falta de coragem de sentir a própria alma
muito mal aproveitada pelos tempos pós-modernos em que vivemos